Caro Professor


Este blog nasceu após muitas conversas com os colegas professores, no cotidiano das escolas, nas salas dos professores, nos corredores, nos cafezinhos, como também em muitas reuniões.
Fomos descobrindo que a Ideologia, identificada com o neoliberalismo, tornara-se nossa maior inimiga, muito mais até que o próprio Sistema e do governo que o mantém.
Descobrimos que a luta concreta está no ter a consciência de toda influência ideológica no fazer a educação, na atuação dentro da sala de aula, no discurso pedagógico do professor. E que a fala e o agir dos dirigentes governamentais têm se prestado para a manutenção do espírito capitalista na educação.
Longe de nós o fanatismo esquerdista. O problema é que a culpa da educação andar capenga fica somente nas costas do professor. As Secretarias de Educação têm um discurso confuso que utiliza linguagem da esquerda para manter posicionamentos de direita, deixando a impressão que deram toda contribuição e subsídios para que a educação seja transformadora dessa sociedade consumista e do lucro, onde o ser humano vale menos que o capital. Daí este blog que ora apresentamos para sua apreciação e principalmente para sua opinião e debate.

Última atualização em 07 de agosto de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Isso é linguagem de Presidente de Sindicato em
e-mail aos Associados? 

Na sequência uma resposta a esta forma patronal de gestar um sindicato de trabalhadores


Date: Fri, 5 Aug 2011 11:11:40 -0300
Subject: Fwd: Negociações suporte e docentes
From: Carla Mattiello
To: Michel
Michel, por favor, encaminhe para as professoras, creio que é do interesse de todos.
Obrigado
---------- Mensagem encaminhada ----------
Data: 5 de agosto de 2011 11:03
Assunto: Negociações suporte e docentes

PARA CIÊNCIA DE TODOS....



REF. NEGOCIAÇÃO SUPORTE PEDAGÓGICO E DOCENTES

Caro Luis Fabio e demais Colegas Servidores

Primeiramente esclareço que não recebi nenhum e-mail na segunda, pois não deixo de responder, evidentemente que observada a conveniência e pertinência do pedido dos Colegas Servidores, em especial, dos Associados.., e desde que apresentado de forma respeitosa, como você sempre o fez...... Grato por isso....
Quanto a negociação do Suporte Pedagógico, posso lhe adiantar que a SEDU e a SEGEP ainda não conseguiram avançar, pois agora entrou na discussão no mês de julho/2011 a questão da jornada dos docentes, Lei Federal 11738/2008, que até então estava em fase de julgamento pelo STF, conforme divulgado anteriormente. Este assunto está inclusive no nosso site "Notícias - 26/07/2011".

O Sindicato dos Servidores Municipal (SSPMS), por meio do Of. nº 45/2011, de 26/07/2011, cobrou da Secretária da Educação, Professora Maria Teresinha Del Cistia, informações sobre os procedimentos que serão adotados pela Administração Municipal, através da SEDU, visando o cumprimento da Lei Federal nº 11.738/2008, de 16/07/2008, que determina em seu artigo 2º, § 4º.“Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos”. Temos conhecimento que a referida Lei foi objeto de discussão judicial junto ao Supremo Tribunal Federal, através da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº ADI 4167-3/600, tendo sido julgada improcedente, portanto, está em plena vigência a legislação federal. Desta forma, no entendimento de nossa Entidade, a Lei Municipal nº 8.119/2007, em seu artigo 34, § 3º, que determina a HTP – Hora de Trabalho Pedagógico dos docentes da Rede Municipal de Sorocaba, entre 20 a 25% da jornada atribuída, nos termos da Lei Federal 11.738/2008, deverá ser a atualizada pelo Município em cumprimento ao percentual de 1/3 da jornada dos professores destinada ao mesmo fim.

Evidentemente que pelo fato do Suporte Pedagógico e os Docentes integrarem o mesmo Quadro do Magistério e o SSPMS estar em negociação com as pautas dos dois segmentos, claro que a Administração Municipal está sendo cautelosa em face da necessidade de levantar o impacto do "custeio" na folha de pagamento.
A Administração já avisou ao SSPMS que não irá isolar as pautas, até porque a fonte de recurso é uma só, FUNDEB. E evidentemente que o nosso Sindicato jamais concordaria com "discriminação", "ascepção", "distinção" ou qualquer tipo de "privilégio", já que todos são Profissionais da Educação e merecem tratamento de isonomia, de equidade e de respeito.... O NOSSO (DO SSPMS) COMPROMISSO É COM TODO O FUNCIONALISMO, independentemente do campo de atuação.....
Ah, antes que façam 'ilações', não cabe aqui qualquer tipo de comparação com a negociação dos Auxiliares de Educação, pois tratou-se de correção de distorção funcional imputada em 1997 e que todos os demais colegas do Quadro do Magistério sabiam exatamente da grande injustiça que foi cometida com esse segmento.... durante muitos anos.....

A propósito, pedimos para que divulgue este esclarecimento junto aos Colegas, pois por enquanto não iremos realizar reunião já que precisamos sim dar um tempo maior para a Administração Municipal para concluir esses estudos, até mesmo em face da questão adicional e de caráter obrigatório que é a jornada dos docentes..... "uma coisa está condicionada a outra, quer queiramos ou não"..., por isso não dá para estipular prazo.....
Pedimos a costumeira paciência, prudência e confiança, até porquê em nosso Boletim Infomativo de Agosto/2011, estamos reiterando publicamente o nosso compromisso (do SSPMS) junto aos Docentes e Suporte Pedagógico....

O SSPMS reitera mais uma vez, que cada um responde pelos seus atos !!!!!
Sorocaba, 05 de agosto de 2011.
Sergio Ponciano de Oliveira
Presidente do SSPMS
"Boca no trombone"
Sorocaba, 06 de agosto de 2011
Ao
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba
Insigne Presidente Sr. Sergio Ponciano de Oliveira
Eu, Salatiel dos Santos Hergesel, sócio do SSPMS sob o número de inscrição 5435, venho respeitosamente comunicar V.Sª. que recebi seu e-mail (segue abaixo o e-mail na íntegra) porque me incluo no que você chama de “demais colegas servidores” além de ser associado dessa entidade. Ao ler o conteúdo, por instante tive a certeza que o referido e-mail era uma carta da Prefeitura Municipal de Sorocaba dando satisfações aos trabalhadores sobre a Negociação Suporte Pedagógico e Docentes, mas  para minha enorme decepção tratava de uma carta do presidente do sindicato aos servidores públicos, neste caso da Educação.
Diante do conteúdo e forma do e-mail citado, quero publicamente repudiar sua atitude de líder sindical e lhe informar que, mesmo sendo presidente deste sindicato eleito pelos associados,  a partir desta data permaneço sócio desta entidade, porém, não reconheço V.Sª. como presidente e/ou meu representante legal junto ao poder público. Expresso que estou humilhado e envergonhado como sócio desse sindicato que mais uma vez se comportou como sindicato patronal falando em nome do poder público municipal e não como presidente de uma entidade de trabalhadores. Para seus esclarecimentos e melhor entendimento, tenho que prolongar um pouco, mas vou dissecar o referido e-mail:
1-) V.Sª. inicia o E-mail dizendo que responde os e-mails dos associados desde que “apresentado de forma respeitosa”. O que V.Sª. pode considerar “desrespeitoso” o associado pode considerar “questionamentos mais críticos” que V.Sª. não deseja responder por que incomoda a sua postura sindical.
2-) No segundo parágrafo, V.Sª. tem a primeira postura patronal, pois a justificação da falta de negociação do suporte pedagógico deve ser do poder público e não do líder sindical como V.Sª. demonstrou ter feito.
3-) V.Sª., deixa transparecer no mesmo parágrafo que a Lei Federal 11738/2008 “caiu como uma luva” para o poder público e sindicato adiar a referido negociação.
4-) No terceiro parágrafo o conteúdo é simplesmente entristecedor e pela segunda vez V.Sª. se coloca a favor da prefeitura dizendo “Claro que a Administração Municipal está sendo cautelosa em face da necessidade de levantar o impacto do custeio na folha de pagamento”. Esse “Claro” exprime que V.Sª. está mais preocupado com a Administração Municipal de que a Administração da luta do trabalhador. Deixo claro que sou contra qualquer reivindicação que esteja além das possibilidades do poder público, mas não é o caso deste município e mesmo que fosse quem deveria vir a público prestar contas do impacto que a referida negociação traria aos cofres públicos é o chefe do executivo e não o líder sindical fazer a justificação dos fatos em nome do poder público.
5-) No quarto parágrafo, para minha total consternação, V.Sª. exprime uma frase de efeito que é indigna vindo do presidente do sindicato: “O nosso compromisso é com todo o funcionalismo”. Ora se o seu compromisso não é esse, qual então seu compromisso como líder sindical? V.Sª. parece que está um pouco confuso em sua atuação no SSPMS?
6-) No quinto parágrafo V.Sª. comete um estupro vocabular em nossa mãe gramática ao utilizar a palavra “ilações” em meio a tantas palavras desconexas e sem nenhum rigor gramatical como deveria ter uma carta oficial de uma entidade séria  aos seus associados.
7-) Ainda no mesmo parágrafo, V.Sª., pela terceira vez, comporta-se como presidente de sindicato patronal ao adiantar-se que “não cabe aqui qualquer tipo de comparação com a negociação dos Auxiliares de Educação”. Insigne Presidente deixe que o chefe do executivo municipal diga isso, não cabe ao presidente do Sindicato fazer esse tipo de justificativa!
8-) No sexto parágrafo, V.Sª. se superou em todos os outros parágrafos anteriores, porque em poucas linhas V.Sª. disse que não faz reunião com associados, isto é, não presta conta pessoalmente com quem sustenta V.Sª. nesse cargo, pela quarta vez se colocou como líder de governo “dizendo que precisamos dar um tempo maior para a Administração Municipal para concluir estudos...” e se coloca como autor do condicionamento  da Negociação do Suporte Pedagógico com a nova jornada de docentes, cujo condicionamento caberia ao chefe do executivo municipal e novamente V.Sª. responde por ele e não por nós . Ainda nesse parágrafo há algo que nunca ouvi nem mesmo da boca dos sindicalistas mais “pelegos” que é “por isso não dá para estipular prazo.....”. Insigne  Sergio Ponciano, novamente pergunto, V.Sª. é líder do governo municipal ou líder sindical? Acho que V.Sª. encontra-se numa crise de identidade sindical?
9-) No sétimo parágrafo V.Sª. pede “a costumeira paciência, prudência e confiança” gostaria de saber em detalhes o que é para V.Sª. o conceito das três palavras acima, sobretudo a “prudência”. Sou totalmente contra qualquer tipo de violência, porém, não me deleito nos braços da covardia. V.Sª. encerra o parágrafo reafirmando “publicamente o nosso compromisso junto aos docentes e suporte pedagógico”, qual compromisso Srº Presidente? O compromisso em dizer a categoria dos trabalhadores em educação que não há prazo para o poder público municipal posicionar-se quanto à referida negociação?
10-) Finalmente, V.Sª. encerra o E-mail dizendo que “O SSPMS reitera mais uma vez, que cada um responde pelos seus atos!!!!!!!!” Insigne Presidente, você acha que está falando com sua prole? V.Sª. deve ameaçar os responsáveis pelo descaso da educação municipal em Sorocaba e não ameaçar o associado! Lembro V.Sª. que ameaçar é crime e em público é duplamente criminoso.
11-) Srº Sergio Ponciano, como não bastasse todo o horror e ameaça descrito no conteúdo do e-mail, V.Sª. se comporta  totalmente contraditório porque inicia o e-mail dizendo “responde os e-mails desde que apresentado de forma respeitosa” e V.Sª.  utiliza negritos, caixa alta, sublinhados, cores diferenciadas demonstrando toda a agressão, xingamento e ofensas ao leitor associado. Caso tenha dificuldade de escrever e-mails procure no GOOGLE pela palavra NETIQUETA e verá o quanto V.Sª. foi desrespeitoso e agressivo com o leitor do E-mail. Como posso acreditar no trabalho de um líder sindical, se num curto E-mail demonstra toda sua imaturidade de raciocínio apresentando contradições tão notórias?
Insigne Presidente do SSPMS Srº Sergio Ponciano de Oliveira, reitero a minha estagnação, humilhação e vergonha diante da sua postura sindical relatada no referido e-mail e reafirmo que não deixarei de ser sócio e vou lutar por um sindicato que realmente defenda o interesse dos trabalhadores municipais  de qualquer campo de atuação. Repúdio seu desempenho junto à secretaria municipal de educação no que tange a Negociação do Suporte Pedagógico e Docentes e reafirmo que a partir desta data não reconheço moralmente V.Sª. como presidente do sindicato a qual sou associado.
Quero lhe informar que não mando recados por E-mail, prefiro dizer pessoalmente o que penso, mas desde quando sou sócio do SSPMS nunca fui convocado ou convidado para reuniões ordinárias do sindicato para as devidas prestações de contas e construção de pautas unificadas de luta em favor do trabalhador municipal, também sou do tempo que o sindicato ia até o local de trabalho do associado para prestar assistência e informação, mas como V.Sª. enquanto presidente desse sindicato não tem nenhuma dessas duas atitudes sindicais, então não posso encontrá-lo em reuniões e nem em meu local de trabalho, visto que V.Sª. mesmo afirmar no sexto parágrafo que “não irá realizar reunião com os colegas”, então como posso lhe dizer pessoalmente o constrangimento e vergonha que seu comportamento sindical me fez p assar?
Srº Presidente do SSPMS coloco à disposição de V.Sª. para quaisquer esclarecimentos, e sem nenhuma modesta, informo que sou habilitado pela UNICAMP para lecionar várias disciplinas entre elas Ética, Moral, Política e Sindicalismo e se necessário me disponho a colaborar com sua formação sindical.
Encerro usando uma frase popular muito antiga, mas muito usada em sindicatos – “Dou um boi para não entrar na briga, mas depois que entro dou uma boiada para não sair dela”. E lamento ter que me apresentar a V.Sª. conforme segue:
Prof. Ms. Salatiel dos Santos Hergesel
Titular de cargo na rede municipal e estadual de ensino
Sócio do SSPMS sob a inscrição 5435
Licenciado em Ciências físicas e biológicas, Matemática e Biologia
Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP
Especialista pela mesma Universidade em Política Sindical
Membro do grupo de pesquisa FORMAR-CIÊNCIAS da UNICAMP
Militante sindical há 21 anos – APEOESP – Sindicato Estadual Professores
Presidente local da APEOESP – Sorocaba nos anos 2003 a 2006
Delegado do Congresso Nacional de Educação da CNTE
Conselheiro Estadual da APEOESP – São Paulo para Sorocaba e região.

quinta-feira, 28 de julho de 2011


A qualidade da escola pública: a necessidade de novos consensos

Luciano Mendes de Faria Filho
Professor de História da Educação da UFMG e pesquisador bolsista do CNPq

(OBS.: os grifos são do Caep)

"Ao abandonar a escola pública, a classe média - profissionais liberais, acadêmicos, profissionais da mídia - passou a discutir a qualidade da educação dos filhos dos outros, pois seus filhos estavam (e estão) na escola privada"

Não há dúvida que existe hoje, na sociedade brasileira, um grande consenso sobre a baixa qualidade da escola pública, seja esta dimensionada por critérios internos ou externos ao sistema escolar. As tentativas recentes de melhorá-la e a acentuada melhoria em certas variáveis da cultura escolar - qualidade dos livros didáticos, por exemplo - ainda não se fizeram sentir no conjunto do sistema.

Felizmente, hoje, a qualidade da escola pública é uma questão que preocupa os governos nos diferentes níveis, acadêmicos, profissionais da mídia e a população de um modo geral.

Se há consenso quanto ao diagnóstico sobre a situação atual, o mesmo não ocorre com as explicações sobre como chegamos a essa situação e nem quanto às possíveis saídas para o problema. Proponho uma discussão sobre estes dois aspectos na expectativa de que possamos avançar na produção de novos consensos, que nos permitam atuar de forma coletiva na mesma direção.

Em muitos dos diagnósticos para a chamada "queda de qualidade da escola pública" no Brasil está presente, quase sempre, a ideia de que a mesma piorou na medida em que os mais pobres a ela tiveram acesso. Isto é apenas parte da verdade.

Em primeiro lugar porque a escola pública que existia no Brasil antes da massificação do ensino já era uma escola em que, de 100 crianças que entravam, apenas 50 ou 60 passavam na primeira série e, sobretudo, apenas 12 ou 14 chegavam à 4ª série primária. Era, portanto, uma escola de qualidade para muito poucos. Para a maioria, era uma escola de péssima qualidade.

Em segundo lugar, e isso me parece mais importante, é preciso que observemos que enquanto os países europeus e os EUA - que também hoje discutem a baixa qualidade de suas escolas - levaram um século ou mais para massificar a escola, no Brasil, de fato, ela ocorreu em pouco mais de 30 anos.

A acelerada e necessária democratização da escola pública em finais do século XX tem enormes impactos no sistema como um todo e é de grande significado para a qualidade da escola. Mas não apenas porque entraram os mais pobres, mas sobretudo porque isso significa que temos pouca experiência no trato com as dificuldades daí advindas, tais como formação de professores, currículos adequados e condições de financiamento.

Mas é sobretudo do ponto de vista cultural que a rápida expansão se faz sentir. Sabemos que a cultura escolar elaborada nos dois últimos séculos, ao mesmo tempo em que buscou convencer o conjunto da população que a escola era o melhor lugar para a socialização das novas gerações, tornou, por outro lado, fundamental que a família participasse ativamente do acompanhamento escolar de seus filhos.

Com a complexificação da escola, dos conhecimentos escolares e dos conhecimentos sobre a infância, para que os pais se relacionem de forma qualitativamente positiva com a escola é necessário que detenham um conjunto de conhecimentos e experiências aprendidas justamente na escola. Assim, conhecer a "maquinaria escolar" passou a ser cada vez mais importante para influir na mesma e acompanhar a escolarização dos filhos.

Não podemos desconhecer este fato, pois é impossível pensar em escola de qualidade sem que as famílias estejam interessadas e engajadas na discussão acerca da qualidade que lhes interessa.

O que ocorre hoje no Brasil? Com a rápida expansão da escola, muitos dos pais de crianças que estão na escola não passaram pela escola ou, no mais das vezes, tiveram rápida experiência escolar. Assim, se as camadas populares não são politicamente inaptas para a discussão sobre os rumos da escola, a falta de conhecimento e experiência escolar em muito dificulta um acompanhamento sistemático da escolarização de seus filhos e, sobretudo, uma discussão mais aprofundada sobre as características de uma escola de qualidade.

É evidente que um diagnóstico sobre as raízes da baixa qualidade da escola pública não pode parar por aqui. Outro elemento de grande relevância, esse sim quase sempre ausente dos diagnósticos, é o impacto que teve na qualidade da escola pública o fato de a classe média tê-la abandonado.

A começar, o impacto é grande porque é a classe média que poderia, com mais propriedade, discutir as características de uma educação de qualidade, pois é ela quem detém os códigos escolares necessários para tal.

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Lembram-se do video da Prof. Amanda Gurgel numa audiencia pública no RN, ocasião em que deixou todos, literalmente silenciados, expondo com segurança e propriedade a situação da educação pública desse país?
Veja o vídeo neste link

Pois é, já imaginávamos que sofreria a cooptação pelos empresários da educação  e assim foi, mas vejam a postura política coerente, ética dessa mulher, professora que merece todos os premios COMBATIVOS E DE RESISTENCIA!!!! Ela mostrou que fez a opção por um lado do embate político, coisa rara em tempos neoliberais!
Amanda foi convidada a receber um premio oferecido pelos "donos do mercado da educação", não só, nao aceitou, como nos brindou com essa resposta, confiram logo abaixo:

Por que não aceitei o prêmio do PNBE