Caro Professor


Este blog nasceu após muitas conversas com os colegas professores, no cotidiano das escolas, nas salas dos professores, nos corredores, nos cafezinhos, como também em muitas reuniões.
Fomos descobrindo que a Ideologia, identificada com o neoliberalismo, tornara-se nossa maior inimiga, muito mais até que o próprio Sistema e do governo que o mantém.
Descobrimos que a luta concreta está no ter a consciência de toda influência ideológica no fazer a educação, na atuação dentro da sala de aula, no discurso pedagógico do professor. E que a fala e o agir dos dirigentes governamentais têm se prestado para a manutenção do espírito capitalista na educação.
Longe de nós o fanatismo esquerdista. O problema é que a culpa da educação andar capenga fica somente nas costas do professor. As Secretarias de Educação têm um discurso confuso que utiliza linguagem da esquerda para manter posicionamentos de direita, deixando a impressão que deram toda contribuição e subsídios para que a educação seja transformadora dessa sociedade consumista e do lucro, onde o ser humano vale menos que o capital. Daí este blog que ora apresentamos para sua apreciação e principalmente para sua opinião e debate.

Última atualização em 07 de agosto de 2011

Artigos


JORNAL VIRTUAL Ano 9 - Nº 208 – HUMANA EDITORIAL - 01/04/2011
Olá gestores e educadores,
Apresentamos neste primeiro Jornal Virtual de abril o artigo do mestre em Educação e Sociedade Wolmer Ricardo Tavares, também autor do livro Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para a cidadania crítica (WAK Editora). Apesar de bastante crítico à educação pública brasileira, ele não deixa de enfatizar os bons professores, profissionais “proativos e protagonistas de uma educação que faz a diferença”.
Boa leitura e boa reflexão!
Do sujeito néscio ao sujeito cognoscente
Com a atual educação pública, o dito de que "nascemos simples e ignorantes" será complementado com "nascemos simples e ignorantes, e assim permaneceremos", pois a palavra ignorante é derivada do grego gno, que é aplicada a ideia do saber, e o prefixo i é uma negação dessa ideia. Com a atual educação pública, não é trabalhado o saber a seus alunos – saber esse que deveria levá-los a um protagonismo e criticidade. Essa educação trabalha mais a alienação e o "emburrecimento". Isso porque ela se esbarra na burocracia, na corrupção, na falta de ética de muitos políticos, na perda da dignidade do educador, na baixa autoestima, na omissão da família, no descaso da sociedade, no excesso de violência e na não “reprovação”, entendida de maneira equivocada pelos pseudos-educadores.
Ela deveria ser como uma bússola, e esta deveria sempre ter como norte a cidadania, o protagonismo, a criticidade, o humanismo, a socialização e a equidade, mas essa bússola lembra um pouco a do Capitão Jack Sparrow (interpretado pelo ator Johnny Depp no filme Piratas do Caribe). Os personagens que fazem parte das aventuras desse capitão vêem a bússola como um objeto e até mesmo uma ferramenta sem relevância, simplesmente por estar quebrada, mas eles não percebem que essa bússola é diferente das outras, ela aponta sempre para o que você mais quer no mundo. E, se tratando da educação, o que os políticos mais querem em nosso País é estatística; são números altos demonstrando que a escolaridade dos estudantes tem se elevado e trazendo, com essa hipocrisia, alguns analfabetos e um alto índice de analfabetismo funcional com diplomas de 1º e 2º graus, e um déficit em letramento além da capacidade para se resolver problemas cotidianos, implicando consequentemente em futuros maus profissionais.
Esses formandos e/ou recém-formados servirão para aumentar ainda mais essa massa de manobra, tratados como gado marcado e destinados a uma medíocre existência devido a uma manipulação desse nosso sistema falho, corrupto e corruptor, que violenta a dignidade dos poucos que resolvem deixar cair a máscara da alienação, a ponto de não iludir-se pela cortina de fumaça com resultados manipuláveis e equivocados.
Será que ainda poderemos chamar nossos discentes de educandos ou apenas de estudantes? Estudantes por estarem em uma sala de aula, sendo simplesmente adestrados nos princípios mais básicos da educação, pois o ato de educar engloba mudança de comportamento, implica em um devir e em uma criticidade e em uma cognição, o que vem a reforçar o sujeito como ser cognoscente.
Por sorte, temos ainda bons profissionais da educação. Apesar de serem a minoria, eles continuam lutando e não sonhando, pois a grande maioria vive de sonhos e isso diferencia o bom do medíocre, visto que os bons lutam, são proativos e protagonistas de uma educação que faz a diferença, elevando assim a dignidade do povo brasileiro e sendo o diferencial nesse nosso sistema, apesar de a estatística colocar todos os educadores em um mesmo saco e generalizar a incompetência e a falta de profissionalismo como se fosse um problema de todos os profissionais.
Com todos esses reveses, os bons educadores são como estrelas em um universo frio e escuro de indiferenças.
Texto do professor Wolmer Ricardo Tavares, docente e coordenador de extensão da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – campus Lafaiete. E-mail: wolmertavares@gmail.com



Por uma Educação tupiniquim


Artigo do professor Gabriel Perissé sobre as leituras que escolhemos fazer nesse Brasil varonil. Como ele diz: "O grande desafio nacional é descolonizar-se, encontrar a nossa identidade de pensamento e deixar de lado o sentimento generalizado de menos valia". Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação (USP) e professor do Programa de Mestrado/Doutorado da Universidade Nove de Julho (SP). Vale a pena ler.
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OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELA ESCOLA PÚBLICA ATUAL
As famílias entendem que a freqüência dos filhos constitui critério essencial para a manutenção do recebimento do beneficio do governo e esse é o principal motivo da existência da assiduidade dos alunos a escola. Ainda existem famílias que observam o espaço escolar como “creche” e os professores como “cuidadores” de seus filhos, pois precisam trabalhar e não tem lugar para deixar as crianças.
O texto é de Aline Garcia Santos Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia(UESB). Coordenadora Pedagógica na rede municipal de ensino de Jequié/Bahia.
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